Pintura Sally Sose

não sei que diamante
te espalhou
e em que berço minha alma
se debruçou
se tu
delírio branco do pensamento
com asas livres sempre
em movimento
geras a primavera
e dás existência à utopia
aos jardins lúcidos ou de loucura
onde floresce a hera
de verdes braços estendidos
à luz do dia
como bocas à procura
de beijos permitidos
na ondulação do vento.
serás tu uma candeia acessa sempre a arder
a luz que docemente se levanta ao céu
para as estrelas desprender
e regressar no sol do alvorecer?
(in) antologia DEZSETE