Imagem da Google
choro a cantar como uma ave desgovernada
e
estonteada sem asas.
migro
para outras paragens numa manifestação cósmica
pingando
o destino do desencanto
igual
às aves soltas em bando umas atrás das outras
no
reino inóspito de areias de fogo
que
não tardam serem uma mitológica aparição
invadidas
pelo fatídico enxofre do novo voo do dragão.
choro a cantar quando as vejo partirem. eu canto a chorar quando as vejo chegarem.
chegam
do outro canto do mundo em busca de poiso
em
bando num voo planado simetricamente planado em círculos
confiantes
e indefesas umas atrás das outras
numa
dança de asas com o ritmo musical que me veste a alma
e
partem na sucessão das vinte e quatro luas
na
sucessão das vinte e seis semana quando o mar traz nas ondas
o
açúcar glaciar levando com elas os meus sonhos de ave sem asas
com
a alma tingida de luto pelo receio de que o novo voo do dragão
soltando
fogo por todos os poros não as deixe voarem livremente.
choro a cantar quando as vejo partirem. choro a cantar quando as vejo chegarem.