Tocam sinos de saudade do tempo
em que o sorriso era uma flor nos lábios.
A intensidade do som fere,
o coração contrai-se, aperta,
quase rebenta como um balão de ar.
Talvez fosse melhor do que sentir
o corpo a encolher e a alma de dor a dilatar,
atingida por fragmentos de rocha quebrada.
Tocam sinos de saudade…
A solidão em escravos silêncios povoada,
É acompanhada pelo áspero odor de humidade
que corre pela casa.
A casa onde outrora habitou o sol da ternura,
hoje é noite a guardar insónias.
A flor murchou.
Tombou inerte no chão húmido e frio.
Tocam sinos de saudade…
Entoam impiedosos galgando a memória
a sondar o passado num domínio sufocante.
Uma frieza distante…
Uma sombra passa vestida de ausência,
talvez a ver para
crer como se pode viver a morrer.
Sinos tocam. Tocam sinos. Mudam de som. Tocam a rebate.
Em cada toque sugam o tutano de todas as sílabas das
palavras.
Puro engano!
Nasci para ser feliz!
Teresa Gonçalves
*Tocam sinos de saudade…
ResponderEliminarA solidão em escravos silêncios povoada,
É acompanhada pelo áspero odor de humidade
que corre pela casa.*
Exprssão máxima da qualidade de vida.
Beijo
Catarina
Lindo Tecas, adorei.
ResponderEliminarbom fim de semana
beijinho e uma flor
Um soar de sinos embalando a nosltalgia de horas vazias.
ResponderEliminarMas eis que ao fazemos parte do realismo do quadro , uma força interrompe
a música longínqua das badaladas e traz-nos a alegria de novo para a realidade de quem domina a arte poética, no imprevisível que existe sempre em cada um de nós.
E eis que que o sol volta de novo!
Maravilhoso, Tequinhas, como se espera de tudo o que nasce dessa inpiração .tão grande!
Muitos beijinhos!
A saudade, a nostalgia, a emoção. Tudo num belo poema de quem nasceu "para ser feliz".
ResponderEliminarBeijos.
É preciso fazer repicar esses sons, e regar essa planta para que volte a florecer com a intensidade habitual. Só saindo da rotina se logram os fins.
ResponderEliminarBonito poema de saudade pelos tempos idos: mas belo.
Um grande abraço, querida amiga
Minha querida
ResponderEliminarUm poema melancólico, mas de uma grande beleza. Tinha saudades de te ler.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Lino e maravilhoso poema.
ResponderEliminarBoa semana.
Beijo.
Nita
Olá, Tekas!
ResponderEliminarMas que extraordinário poema! O som de bronze do passado teima em fazer-se ouvir, pesado, sofrido e dolente; mas temos de acreditar que o sofrimento valeu a pena, porque nos robustece... e as badaladas, então, ecoam como uma espécie de subtil chamamento, de um não sei que mágico feitiço.
Beijinhos
Manel