Com a voz do coração dou as boas vindas e agradeço a visita, porque, a semente mais pura do pensamento, está no coração.






20/03/12

[MADRUGADA EM MAR IMENSO]

Imagem da Net

meu amor… sonhei… sonhei…

meu amor. sonhei ser poema sem métrica...

mulher menina na muralha da minha existência

manhã após a madrugada em mar imenso

de vagas tristes e sonhos vagos…

ser o momento escrito no mistério do poema…

mágico moinho do pensamento moendo mansinho

todas as malhas do mal que impera no mundo…

ser tarde melancólica a meditar no mapa da vida…

murmúrio miúdo no movimento de minhas mãos…

milagre do poema transversal que modela

as montanhas do amor…

metamorfose assumida na transmutação do entardecer…

ser noite de lua nova no mês de Maio…

sem matéria alcanço o maravilhoso império

da divindade materna…

sou ser podendo ser um milhão de vezes mãe

mais do que sou em mim…

ser mito de multidões à margem do racional…

canto do pranto de maré em maré…

flor de um beijo furtado ao sol na música

do poema maior... melodia do verso dançando

com as palavras guardadas na memória…

marco místico de um espaço vazio…

alma sem máscara na curva do céu…

ser a maçã que Adão não trincou…

amora… cereja… framboesa e romã…

macedónia de frutos doces...

que o sol e os pássaros beijam mas não ousam morder…

migratória ave em eterna primavera…

fénix em vastos voos renascida das cinzas

contra o muro da morte. mas, meu amor,

sonhei muito mais, sonhei ser poema criança

sem malícia… mitigada mensageira

em múltiplas vidas… macia pétala de margarida

sorrindo da condição humana…

ser mendiga muda a comover o verso

minuto a minuto… membrana transparente

onde se advinha a cor da palavra…

miragem mirabolante medida no desejo

do poema maior.

meu amor… sonhei… sonhei…


Teresa Gonçalves


10/03/12

Imagem da Net
coração!
és sonho
és loucura
és ninho de saudade
escondido na penumbra
és a nobreza do ser
és o verme da maldade
camuflado num rosto
és contradição de sentir
és o tactear do cego
és balança da justiça.
navegas na solidão
de sentir contradição
entre o amor
a loucura
o sonho e a razão
quando bates apressado
ou paras
sem permissão.


"in" livro Olhar Interior