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A MAGIA DO DESPONTAR
O
que escrevo está num esconderijo onde as sílabas nascem inquietas antes. muito
antes do início.
há
probabilidades de se unirem e formarem a palavra nas nervuras do tempo e ser
poema numa trajetória inversa antes da primeira madrugada do início.
há
um tempo
há
um espaço vago
há
um poema que nasce
há
um ano que passa e as letras rodopiam e regressam antes do início. abertura
para o interstício das horas à superfície
do esconderijo: Alma
a
magia do despontar do início cruza-se com o fim.
o
fim depois do início na improbabilidade de ser espírito
alma
ou corpo transforma-se em sílaba em movimento
tal
mariposa de asa imensa numa dança leve e contínua ao encontro da linha do
Universo rasgando o ventre da ordem até à desintegração.
o
que escrevo está no esconderijo da lucidez e portanto da loucura único caminho
que resta para reconhecer o nível de sensibilidade, do sentir e das ações para
não pactuar com a mediocridade nem dar fé à ignorância. O terrorismo monstruoso
da mentira.
há
um ano que passa
há
um poema que nasce
há
um espaço vago
há
um tempo
o
tempo corredor da vida. espaço represo em sílabas que separa o início há milhares de milhões de anos- luz. dando ao
homem a oportunidade de brincar com um certo jogo matemático com o
objetivo de corroer tudo o que foi
criado.
há
o início e há o fim.
Teresa G.