Com a voz do coração dou as boas vindas e agradeço a visita, porque, a semente mais pura do pensamento, está no coração.






28/12/10

Imagem da Net

nas pétalas do tempo
sobressai rubra a cor da guerra e da violência
num espelho extenuado de actos repetidos

nas pétalas do tempo
caem folhas de silêncio frio em valas comuns

nas pétalas do tempo
pérolas salgadas transbordam mares

nas pétalas do tempo
voa a pomba da paz de asas cansadas
sem poder pousar

nas pétalas do tempo
rodopia a espécie humana
no circulo da vida em exigências sobrepostas

nas pétalas do tempo
inventou-se o amor,a esperança, a alegria,
o ódio, a ambição, a arrogância, a desconfiança,
a angústia, a fome e o desespero

nas pétalas do tempo
o esquecimento não tem história
nas páginas da história para bem da humanidade

nas páginas do tempo
vestem-se peles diferentes mas a essência é a mesma.
continua...retrocede...retrocede...e continua interminavelmente...

"in" ENTRE DOIS NÓS



A TODOS OS AMIGOS E SEGUIDORES OS MEUS VOTOS DE FELIZ ANO NOVO 2011

14/12/10

NATAL DO GRANDE IRMÃO

Pintura Federico_Barocci

Jesus, estás a ver?

É Natal e a humanidade comemora o Teu aniversário! Quer dizer,festejam-no aqueles que supostamente acreditam que Tu és o Salvador. Fazes dois mil anos ou serão dois mil e um? Também em tantos anos, é mais um ou menos um! Estás a ver?
É assim! Caíram dois mil calendários, bem pesados, na consciência do homem desde o Teu nascimento. O mundo mudou. Vou-te dizer…aparentemente evoluiu…Estás a ver, Meu? Seguem-se as regras da evolução e o homem festeja o Teu aniversário com ostentação, em prejuízo de seguir os teus exemplos no coração. Mas é bonito, ver-te com Zés e Marias na televisão, nas montras, nas ruas e na Internet! Estás a ver? Vou-te dizer! Com a evolução, ficaste mais sofisticado e até aquele livro onde estão guardados os Dez Mandamentos e o Novo Testamento ( a riqueza sagrada), à força do homem tantas vezes o ler e reler já não é o que era. Cada um lhe dá a interpretação que lhe convém e as parábolas passaram a ser letras ou tretas que se apregoam e bem. Estás a ver? Vou-te dizer! Há dois mil anos a ler e a reler, e ainda não saíram da teoria. Passar à prática requer muito o espírito de renúncia e boa vontade. Se o homem em dois mil anos não saiu da teoria, quantos milénios vão ser necessários para pôr em prática os Teus exemplos? Vou-te dizer!...que cena! Até acabam por gastar as letras e as páginas ficarem em branco. Há aqui muito fogo de artifício! E a prová-lo, é o facto de alguns povos o utilizarem a torto e a direito. Estouram foguetes, daqueles que quando rebentam, matam e mutilam centenas e milhares de inocentes. Estás a ver? O espaço fica todo iluminado e a Terra tinge-se de vermelho e negro. Vou-te dizer…que cena, Meu!
É assim.
O Natal é das crianças, e Herodes tem consciência disso e oferece-lhes, envoltos em asas de tempestade de fogo e granizo provocada por ele, “ brinquedos super modernos e inofensivos”, tão inofensivos, que as crianças quando os recebem não brincam mais.
Estás a ver? Vou-te dizer! Tu disseste: -« Deixem vir a Mim as criancinhas». Esta parábola é a única posta em prática nos cursos intensivos de matadores profissionais ao longo dos séculos. Estás a ver?...
Depois, Jesus, há gostos para tudo. Existem milhões de seres humanos a festejar o Natal de todos os dias, com greves de fome, sem abrigo e ao relento, só por "pura extravagância”… que cena! Sabes, nunca consegui compreender estes excessos e muito menos os compreendo quando vejo tanta riqueza acumulada em instituições religiosas que manipulam o Teu Nome. Vou-te dizer, Meu! Foste e És, Amor, Humildade, Fraternidade e Igualdade, mas o homem tem conceitos diferentes do significado destas palavras. Toda essa riqueza distribuída e acabava a miséria de muitos povos! Vou-te dizer, Meu! Deves conhecer aquele provérbio popular o qual passo a citar:« olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço».
O homem deve-o ter inventado para não ser questionado nestas e noutras questões. Estás a ver? Vou-te dizer: Há coisas que eu não entendo, mas também não devem ser para eu entender.
O mundo mudou muito, Meu! É assim, alteraram-se leis, caíram impérios, reinados, republicas e governos e neste último século, começaram a nascer imperadores, isto é como quem diz, imperadores do pó branco. O homem é predador e explorador por natureza e como nos dias de hoje é mais difícil explorar ouro, diamantes, estanho e o petróleo entrou em pé de guerra , ele virou-se para o pó. Não, Meu, não é o pó que se põe no cuzinho do menino! É outro que, segundo dizem, é muito semelhante, isto claro, só na cor. O homem prontificou-se de imediato a construir impérios de destruição por ambição. Vou-te dizer! Primeiro, começou por fazer rebuçados que não são da tosse, mas que tiram a “tosse”, e, depois com eles, criou uma vacina contra a humanidade. Estás a ver? Que cena! Vivemos neste presépio desfeito e não passamos de insignificantes figurantes nesta novela real a assistir a estas monstruosidades. Tudo isto porque aqui é mais difícil fazer contas de dividir do que de multiplicar. Melhor dizendo, o homem sabe dividir: divide o outro homem pela sua raça, classe social, religiosa, politica, desportiva e por inúmeras razões das quais não têm razão de ser. É assim! A isto chama-se o mundo do Grande Irmão.
Estás a ver, Jesus?...hã?…hã?...Adormeceste? Hã, não!...que alívio. Estavas só a passar pelas brasas! Ora, não És alentejano! Vou-te dizer! Por favor, não Adormeças nesta altura do campeonato. Poder-te-ia contar muito mais, mas fico por aqui para não estragar o dia do Teu aniversário.

Bem, meu Jesus, como é Natal, quero desejar-te muitos anos de vida no coração do homem a quem chamas-te irmão e peço-te: Volta cá o mais rápido possível, mas por favor, não Te dês a conhecer. É que neste Teu reino, existem muitos homens candidatos a reis. Estás a ver, Jesus…a cena que iria ser? Pois é! Como me sentiria feliz se Te pudesse dizer:
-Perdoa-me Jesus, eu menti. Tudo o que aqui escrevi é imaginação.

"in" painel multicor-volume I
A TODOS OS AMIGOS E INIMIGOS ( SE OS TIVER), OS MEUS SINCEROS VOTOS DE FELIZ NATAL, REPLETO DE AMOR E SAÚDE.

03/12/10

Imagem da Net

entrego
o pensamento ao sonho
do primeiro poema o verbo
no êxtase de partir
sem ramo
sem remo
sem rima
sem rumo
num voo único
e deixar
sobre a solidão pesada do deserto
a certeza
de existir na noite
a consonância inversa
do verbo

livre levitar
por outras margens
descobrir o caminho
de outras paragens
conhecer a luz
da outra passagem
sem medir o silêncio nem a distância
sem a música dos medos
nem a composição sombria das armas

multiplicar a sensação
na substância simples
do amor em linha recta
nas asas do sonho
do primeiro poema:
verbo amar.

"in"Singelo Canal

20/11/10

Imagem da Net

canto oceanos ignorados.
a última lágrima caída no silêncio
do adeus vazio
em meu verso navegante
por não poder chegar a ti
e para te ver sorrir
mergulho no fundo profundo
de cada lágrima tua
para te deixar a serena maré vaza
trazendo a maré alta
onde se condensam
todos os oceanos cristalizados.

"in"Singelo Canal

03/11/10

Foto do Autor José Santos - Olhares
abri.
abri restos de alguns sonhos de infância na minha memória.
poucos. oh sim! poucos que teimam em flutuar
sem frio agreste ou ventos incertos
nos olhos do coração.
brancos. leves. leves. leves.
iguais a flocos de neve
caídos do espaço celeste
para os colhermos nas mãos.
porque os sonhos das crianças são sempre
brancos.leves.leves.leves
prolongados de ilusões.
depois...não se despedem
e ficam tão ausentes nas colinas do silêncio
que a neve quando cai
leve. branca imaculada
sobre um mar de inquietações
é para se ajoelhar aos pés de crianças maltratadas.
cai a neve...branca...leve...leve...leve
como os sonhos das crianças.

" In" Antologia Amante das Leituras

20/10/10

ANTES DO CAIR DA FOLHA

Imagem Google


recordo histórias de outono
em livros fechados numa prateleira invisível
que jamais se vêem
que jamais se abrem
que jamais se lêem.

outonos antecipados, vergados, pela tempestade da vida.
passaram o verão sem verem a primavera
e desistindo de vencerem o inverno.

histórias de outono sem rosto
de quem ficou impossibilitado
de procurar a palavra mágica da prata.

de quem não conseguiu inventar o sol no silêncio de cada lágrima
e sucumbiu à derrota.

plena negação de o viver e sentir
preferindo o profundo sono do pó, cinza e nada
despedindo-se antes, muitos antes do cair da folha
do fumo da combustão que não chegaram a ser.

recordo histórias de outono
em livros fechados numa prateleira invisível
que jamais se vêem
que jamais se abrem
que jamais se lêem.

" Entre Dois Nós"

11/10/10

Imagem da Net

Jesus fez a triplicação do pão
Santa Isabel transformou o pão em rosas.
é urgente descobrir onde se encontra
a receita dos milagres.

30/09/10

CÉU IMPOSSÍVEL

Imagem Style

ao meu silêncio falo do meu silêncio
dentro de mim falo dentro de ti

no teu silêncio falas ao meu silêncio
dentro de ti falas dentro de mim

e as carícias das tuas mãos
dizem-me que nem os meus olhos
nem os teus olhos se esquecem de além

muito além.muito mais além
do silêncio das nossas bocas

os nossos lábios
sim. os nossos lábios
são pétalas de beijos desfolhados
num céu impossível
mas...

"in" Entre Dois Nós

21/09/10

ANTES

Imagem Google

Antes
no cume do silêncio
o viço da paisagem
entrava nos olhos
enchia a alma
floria serenidade
e alimentava o espírito.

Antes
entre afagos da brisa
e silvos de vendavais
erguiam-se as árvores
deusas primordiais de esperança
a fauna não se tresmalhava assustada
as aves esvoaçavam caminhos
por entre o verde silente.

Antes
à margem do sonho
sobrepunha-se a imagem
da beleza sublime da paisagem no Gerês
fonte de inspiração de poetas
como Miguel Torga que respirava e sorvia
com notabilidade
as sílabas da palavra poesia.

Antes…não agora!
encarava-se qualquer dia
de verão com alegria
sem receio nem preocupação
de ver as nossas florestas
mergulhadas no malévolo
e aterrador inferno de Vulcano.





07/09/10

POEMA TREZE DE SETEMBRO

Imagem alaya_gadeh mil sois
mil luas
mil estrelas
num Setembro recebi de ti
no mais belo poema que vivi
escrito a carícias no cetim do meu corpo
escrito nos meus lábios pelos teus beijos
escrito no meu rosto pelo sol dos teus olhos.

mas...
o destino quis fazer as partilhas da vida
e dele em outro Setembro recebi
o mais triste poema que vivi.

mil lagos
mil rios
mil mares
em mil dores
eu enchi por ti

mil sois
mil luas
mil estrelas
mil dias
mil noites
mil sonos
mil sonhos
eu perdi
e hoje canto mil saudades em mil letras de amor
ao mais belo poema que vivi.

"in" painel multicor volume II

06/08/10

FÉRIAS

Pintura de Augusto Trigo


Sinto saudade das férias que não tive.
Dos anos em que o lugar das férias não repousava no mapa do trabalho,
enquanto embalava a utópica convicção de que só através dele,
poderia materializar todos os meus sonhos.
Caminhei sobre o tempo, misturando um mar de marés vivas com breves
e suaves brisas de esperança, em duelos constantes, como uma necessidade
de remar contra a maré e as férias, partiram de mim avançando num projecto adiado.
Inventei o começo das manhãs e não as deixei repousar no mapa do trabalho.
Nesse lugar, fechei e abri horizontes, realizei alguns sonhos, muitos ficaram
pelo caminho e outros caíram como castelos de areia.
São dessas férias que sinto saudade.
Agora o tempo caminha sobre mim.
Os poucos anos em que dei outro lugar às férias, revivo-os olhando fotos
e postais dos locais por onde passei. Dentro de mim, existe a saudade das férias que não tive, dos anos em que por ingenuidade, embalei a utópica convicção de conseguir pelo trabalho realizar todos os meus sonhos. Nada mais.
E tu, meu amigo, que caminhas cansado feito um fim de tarde,
em busca dos sonhos perdidos e vês passar as férias
como uma miragem causada pelo desemprego, diz-me, de que sentes saudade ?

27/07/10

DESALENTO

Imagem Google

que dedos de bruma
vão tecendo a hora de coisa nenhuma?
nas pausas da tarde
que mistério chora que espantalho arde?
de lábios de espuma
que mar me devora
que noite me invade
entre o verso e a rosa
o que a alma ignora me roubou a tarde?
de que lado sopra o vento?
qual a estrada errada?
onde ir buscar o alento para encorajar o nada?
pouco ou muito sentimento
não responde a esta chamada
da vida desencontrada
dos espantos do momento
vai-se o tempo, vai-se o vento
fica a estrada inacabada
e uma forte dor alastra
que me rói o pensamento.

"in" painel multicor ( volume II)

19/07/10

LOUCO

Imagem Google

quando passo por ti
olho o teu rosto alienado
que pobres mortais
troçam sem piedade, sem respeito
sinto por ti solidariedade
de louco, para louco, sem despeito.

caminhas sem tino
sem destino
desafiando os lúcidos
tão lúcidos de que o são
que a tua loucura tão louca
lhes faz perder a consciência
e a razão.

e quando
nas ruas gritas alienado
não vêem um ser humano
magoado
a lucidez também é louca
por a sensatez ser tão pouca
tão cega pela vaidade
que mutila os sentimentos
a humanidade.

e tu
queimas teu peito
indiferente à dor
do teu corpo que já não sente
por abrires uma porta
sem querer
de um mundo tão louco
que só a ti... pertence.

" in" olhar interior (homenagem ao Quim e a todos os Quins do mundo)

05/07/10

MEU CANTO

Imagem Goolge- Segredos do Universo
entrego o meu canto ao Universo
de ave livre em restrito espaço
e em cada letra de meu verso
abro as minhas asas num abraço

entrego o meu canto à Natureza
na imperfeição de ser cantante
tento absorver sua beleza
num voo emotivo estonteante

infinito mundo d'esperança
vive sem viver dentro de mim
nos afagos doces da criança
que tenho em mim até ao fim

e no meu canto dividido
entrego o pulsar da sensação
de que cada dia é vivido
entre realidade e ilusão.

(in)entre dois nós


28/06/10

Foto de Graça Loureiro- Olhares



PARE (-) paramos estupefactos no meio da linha

ESCUTE (-) escutamos paralisados o corte dos trilhos,
o desvio para o precipício

OLHE (-) olhamos entorpecidos e só reparamos na velocidade da locomotiva
quando alguém gritou: estão a fugir dos cortes ou dos aumentos?

Alibabá e os quarenta ladrões cansados de serem fábula, passaram a acção.

É urgente avisar o Zé do Telhado.

22/06/10

NOITE DE SÃO JOÃO

Imagem Google

Meu Porto é emoção
na noite de São João.

não descansam os corações
tripeiros e de outra gente
para viver as tradições
duma noitada diferente

à ternura irrequieta
a porta está aberta
deste Porto tão velhinho
com aroma a rosmaninho
pois todo ele afreta
imensa claridade
que até a rua Escura
deixa de ser obscura
p´los rostos de igualdade

divertimento noite fora
que São João não tem hora
nem idade o mar de povo
nem há nariz esquisito
que não cheire o alho porro
cidreira ou manjerico

ouvem-se galanteios
simpáticos...e porque não?
uma marteladinha a preceito
não é falta de respeito
e aquece o coração...
e a tentadora sardinha
assada comida à mão?
tem um melhor paladar
nesta festa popular

e São João na cascata
majestoso no seu trono
vê cair a orvalhada
vê dançar no céu balões
vê alegre romaria
vê o rio cor de prata
vê longo navio sem sono
repleto de paixões
vê quanta luz irradia
a sua fraterna noitada
envolvida em fantasia
que a festa é poesia
solta da alma do povo.

15/06/10

LUA DO MAR

Foto de autor desconhecido



o mar viu-nos assim.

beijavam-me os pés
os seus lábios de espuma
enquanto eu estremecia nos teus braços
e fiquei presa aos grãos dourados
na incerteza de te ver tal como és.

o mar viu-nos assim.

agora
do outro lado desse espelho
na certeza de te ver tal como és
vejo a linha do meu Equador
na lua do mar
na brisa do infinito.

é esse o beijo que eu quero que bebas
é esse o aroma que eu quero que sintas
enquanto o Príncipe das marés
me adormece docemente nos seus braços
por mais longe que eles vivam...

é esse o beijo que eu quero beber.
é esse o aroma que eu quero sentir.

"in" painel multicor - volume II

07/06/10

Imagem Google



se te dás

não fazes de mim ditosa amada.

as tuas carícias escaldantes

no cetim da minha pele sensível

ardem...ardem...

até abrirem chagas no meu corpo

expor-me à toa ao teu amor

não posso

sê mais morno senão desatino


premeia-me suavemente pela manhã

que ao meio dia não suporto já

alergia que me provocas

com a tua energia positiva

que em mim é negativa alergia


para que eu esqueça

como em criança te encarava com alegria

sem ter consciência do mal que me fazias

afaga-me quando estou na água

ou ao amanhecer antes de aqueceres


adoro-te e fico por aqui

amor que nem de todo desejo.


( fonte inspiradora o Sol )


30/05/10

hoje é o tempo

do renascer vigoroso de deusas primordiais

que dão à paisagem

formas tecidas de folhas


é o tempo

do sol sorrir na transparência da água

ou deitar-se manso

sobre ondulantes lençóis verdes azulados

até adormecer no crepúsculo


é o tempo

de sentir o brando acordar da brisa

do sereno canto dobrado das aves

que atravessam o eterno espaço

e de gravar na retina o dócil bailado das mariposas


é o tempo

das palavras florirem mágicas

nas sílabas silenciosas da inspiração

para se oferecerem à poesia


hoje é o tempo

de respirar

beber e saborear a essência

na existência do segredo da Vida.

" 45 Poemas pela Vida"


20/05/10

Foto de Manuel Lao

alimentamos sonhos

no silêncio erguido à esperança

e por vezes deixamo-la esvair-se

ao cair na realidade



11/05/10

Pintura de Carrington

não contes as contas do teu rosário

que são contas pagas sem obrigações.

conta as que dão por conta num sumário

de contas das razões esquivas dos vilões


nas contas não reza o teu fadário

porque esse a vida não esqueceu.

conta todas as folhas do diário

onde a criança ferida escreveu


no final de contas há que esconder

dentro do manto da fé e da bondade

a negra política para não se ver


como a mentira vence a verdade

com papas e mais papas de sarrabulho

num odor de contas feitas de entulho.


25/04/10


deposito palavras da minha boca

no mais alto de mim.

e num sopro de amor sol

entrego-as a ti

sem ferir teu silêncio.




11/04/10

trago a liberdade dos pássaros


nas asas do pensamento

sem algemas nem mordaça

voa à velocidade do vento


trago a liberdade dos pássaros

nas asas do amor e do respeito

dou-lhes espaço p´ra voarem

mesmo que esteja a sangrar
a dor dentro do meu peito


trago a liberdade dos pássaros

desde que fui concebida

brotou num pedacinho de vida

na mulher que me tornei

nos sonhos que alcancei

e com cânticos de liberdade

enfrento as tempestades...

14/03/10

se a humanidade parasse os olhos no tempo
não regressavam os gritos de silêncio.



10/03/10

Unam-se a nós ao adquirir este livro. Todos somos poucos na luta contra o cancro.